domingo, 3 de julho de 2011

Sterbebilder: os Cartões de morte alemães (Death Cards)

Alguém que é descendente de alemães ou conhece descendentes já deve ter visto essas lembrançinhas de falecimento que são entregues geralmente nas missas de sétimo dia. Pois essas Lembrancinhas tem um nome: chamam-se Sterbebilder, ou literalmente, "imagens de morte". Eu tenho um, da minha trisavó Josephina, no post de 28 de maio.
Na Alemanha, Sterbebilders são vendidos nos mercados de pulga e colecionados tanto pelas cenas religiosas no verso como pelos rostos na frente. No idioma inglês, eles são chamados de "Death Cards". Eles ainda hoje são uma tradição católica romana, não só na Alemanha mas também nos Estados Unidos. Quando uma pessoa assiste a um funeral, a ele ou ela é dado um Sterbebilder, como lembrança dos falecidos. Quando um amigo ou membro da família não pode comparecer ao funeral, um Sterbebilder é enviado para eles. É desnecessário dizer que esses Sterbebilder foram produzidos em quantidade.
É muito comum encontrar à venda Sterbebilder de soldados alemães mortos durante as duas Guerras Mundiais. Esses cartões são comprados por diversos colecionadores.
Alguns colecionadores cometem o erro de pensar um cartão da morte não está em conformidade com as regras. Bem, não havia regras. Eles não eram uma criação militar. Eles eram uma homenagem religiosa. A única regra a que estou ciente é que durante a 2 ª Guerra Mundial, para fins de segurança do Estado, a unidade específica de um soldado não era listada no cartão. Durante a 1 ª Guerra Mundial, as unidades dos soldados eram geralmente listados nos cartões. Além disso, na 1 ª Guerra Mundial, a uma das causas de morte era  frequentemente mostrado no cartão: estilhaços de morteiro na cabeça. Durante a 2 ª Guerra Mundial, este tipo de detalhe gráfico foi desencorajado porque o governo alemão sentiu sua moral ferida. Nos Sterbebilder da 2 ª Guerra Mundial, várias vezes  encontra-se frases heróicas como: "sacrificou sua vida para a pátria".  Isso era mais um reforço moral do que um impedimento.
Cartões foram impressos em todos os tipos de papel e papelão fino mesmo. Às vezes o nome da impressora e da cidade apareceu no texto minúsculo no fundo, mas nem sempre. Como alguém pode dizer que o cartão não foi impressa recentemente? Papel moderna contém branqueadores (eu li whiteners foram introduzidas após 1947). A blacklight barata de mão vai iluminar as diferenças de papel velho e novo papel. Papel velho não reflete o papel de luz e novas parece brilhar. Isso funciona com fotos e bem como documentos, cartões de oração, etc
Os tamanhos de cartões variam muito. Encontra-se medidas  tão pequenas quanto 2,5 x 2,5 polegadas para cerca de 7 x 9 polegadas. Digo "cerca" porque ao tamanho dos Sterbebilder eram medidos em metros e não em polegadas.  O tamanho mis comum dos Sterbebilder é cerca de 2,75 x 4 polegadas. Alguns são um pouco mais largos ou um pouco mais altos. Não havia nenhum padrão. As fotografias eram feitas em estúdio ou em casa. Alguns têm fotografias reais às vezes coladas nos cartões. Os Sterbebilder na maioria das vezes tem cenas religiosas no verso. Alguns têm uma oração e uma cruz.
Especialmente interessante é quando vários membros da família aparecem em um cartão. Em um havia cinco irmãos em um cartão da II Guerra. Que tinha de ser especialmente trágico para a família pobre. Em outro, um pai e uma menina (o pai morto na frente russa e bebê morto em casa em um bombardeio). Em outrohavia um pai e seu filho em um único cartão. Em outro uma viúva e seu marido, falecido em um único cartão (ela morreu de 1950 e morreu durante a guerra). 

Parentesco indireto com a Família Reiter, Sebastiany e Stein

A ligação com estas três famílias é predominantemente matrilinear.
Entre os filhos de Nicolaus Lermen, um dos fundadores de São Vendelino, estão as irmãs Anna e Maria Lermen. Maria é a ancestral direta da família Zimmer pela linhagem de Luxemburgo.
Anna, casada com Pedro Reiter, tiveram 11 filhos, entre eles, Margarida Reiter.
Margarida Reiter casou-se com José Sebastiany e tiveram 8 filhos. Entre os 8 filhos está Norma Teresa.
Norma Teresa Sebastiany casou-se com Rudolfo Balduino Stein e tiveram 4 filhos.
Dos 4 filhos deste casal, Paulo Roberto Stein casou-se com Vera Natália Diemer e tiveram dois filhos: Marco Antônio Stein e Luciane Cristina Stein.


Obituário de Anna Lermen

 Tradução:
Nota de Falecimento e Agradecimento
Notificamos a todos os parentes, amigos e conhecidos a triste notícia, que Deus por sua infinita vontade, nossa querida Mãe, Avó e Bisavó

ANNA REITER nascida LERMEN

no dia 31de maio às horas a tarde, após estar acamada por 3 anos, confortada pelo recebimento da Extrema Uncão, chamou-a para a eternidade. Ela nasceu em Santo Inácio da Feliz em 17 de setembro de 1850 e alcançou a idade de 80 anos, 8 meses e 14 dias. Era casada com Pedro Reiter que já falesceu há 29 anos. Desta união resultam 11 filhos, destes 6 já falecidos, 41 netos e 29 bisnetos. Agradecemos aos Santos Padres pelo atendimento, principalmente ao rvdo Padre Leopoldo Arnzen pelas constantes visitas e pelo festivo sepultamento.
Agradecemos em especial aos vizinhos que nestes dias difíceis nos ajudaram e a velaram, à família Peter Bortolan, viúva Elisabeth Barthel e a família Nikolaus Schneider.
Agradecemos também aos cantores e a todos que estiveram no funeral e cobriram a sepultura com flores e coroas enfeitadas. A alma da querida falecida encomendamos no Memento do Sacerdote do Altar e nas orações dos fiéis.  
Pareci Novo, aos 15 de junho de 1931.
Em nome dos enlutados filhos,
PAULINA e ELISABETH REITER

Obituário de Peter Reiter
 Tradução:
Nota de Falecimento e Agradecimento

Notificamos a todos os parentes, amigos e conhecidos a triste notícia, que Deus por sua infinita vontade, nosso querido Marido, Pai e Avô

PETER REITER

na idade de 54 anos e meio, chamou para a eternidade.
Ele, amparado numa vida cristã, falece com os Santos Sacramentos, após longo sofrimento na festa de São Pedro, dia 29 de junho, fervoroso e temente a Deus. O mesmo deixa enlutada esposa, 7 filhos (4 já falecidos) e 9 netos.
Agradecemos a todos que nos confortaram nestes dias, o velaram e o sepultaram para o descanso eterno. Agradecimento especial para o Rvdo. Padre, pelas constantes visitas e ao Irmão Lick pelas belas canções na igreja e na hora do sepultamento.
Encomendamos a alma do falecido no Memento Sacerdote no altar e nas orações dos fiéis. 
Pareci Novo, 01 de julho de 1902.
A enlutada esposa
ANNA REITER nascida LERMEN e filhos

Linhagem de Michael Zimmer: nova ligação entre Luxemburgo e Alemanha


Túmulo de Maria Zimmer

Michael Zimmer, filho de Johann Zimmer e Elisabeth Classen, portanto irmão de Bernard Zimmer, nasceu em 06 de março de 1846, em Moersdorf, Luxemburgo. Ele casou-se com Maria Zimmer, filha de Jakob Zimmer e Maria Lermen. Novamente, as duas linhagens de Zimmer, a de Luxemburgo e a da Alemanha, se encontram.
Michael morreu em 07 de julho de 1913.
Michel teve Miguel Zimmer Filho, casado com Regina Rochenback. Miguel e Regina tiveram 14 filhos.
Destes 14 filhos, Alfredo Zimmer casou-se com Hildigart Bohn e juntos tiveram mais 7 filhos.
Destes 7 filhos, Pedro Hermeto Zimmer casou-se com Irma Maria Scheeren e tiveram 5 filhos.
Destes 5 filhos está Clarice Scheeren Zimmer, q casou-se com Isatino José Schoffen e tiveram 3 filhos.
Estes filhos são a atual linhagem da família Schofen: Solange Marcela, Oneide Luís e Cosme Marcelo.

Os antepassados mais antigos

Até agora os ancestrais mais antigos em linha direta da família Zimmer é por linhagem matrilinear através das duas Marias. É o casal Hans Peter Lermen, nascido em 1680 e sua esposa Anna Gertrud Massing, nascida em 1689 e falescida em 7 de janeiro de 1722. Eles são avós do Johann Lermen casado com a Angela Collet.

Sobre a Família Lermen


O elo comum entre a família Zimmer e muitas outras famílias de imigrantes de São Vendelino é a Família Lermen. O casal que deu origem a tudo é Johann Lermen e Angela Collet. Entre os filhos (ou descendentes) deste casal – Catharina, Maria, Jakob, Johann, Wendelin – ocorrem as seguintes migrações:

1)    Johann emigra com a mulher e a filha Maria para a Hungria;
2)   Jakob  foi assassinado pelo cunhado Peter Goebel em 1828. Os dois filhos de Jakob emigram para o Brasil: Nikolaus, solteiro, em 1846, e Maria, casada com Nikolaus Neis em 1854;
3)    Maria, casada com Peter Goebel (acusado de assassinato) emigrou para os Estados Unidos em 1833, com 8 filhos;
4)    Dois filhos de Wendelin – Wendel e Joseph – emigraram para o Brasil. São os imigrantes que classifiquei como Grupo Lajeado;
5)  Catharina casou com Michel Scherer, com quem teve uma filha, Anna Maria. Faleceu quando a única filha tinha apenas 4 meses de idade. Esta filha casou em 1841 com Mathias Schneider e, em 1846, emigrou com o marido e dois filhos para o Brasil.

Por aí se vê que as Famílias fundadoras de São Vendelino tinham laços de parentesco. Nikolaus Lermen é irmão de Maria Lermen (casada com Nikolaus Neis) e tio da Anna Maria Scherer (casada com o Mathias Schneider)
 Estas 3 Famílias (de Nikolaus Lermen, Nikolaus Neis e Mathias Schneider) haviam-se estabelecido, inicialmente, na Colônia Feliz. Quando o Conde Montravel conseguiu do Imperador a autorização para fundar uma nova colônia (chamada inicialmente de Colônia Montravel, depois Colonia Santa Maria da Soledade) foram estas primeiras famílias assentadas na localidade, hoje denominada de São Vendelino, para iniciarem a preparação do terreno para a recepção dos imigrantes que começariam a chegar. Ficaram encarregados de construir um amplo galpão, no qual os imigrantes seriam abrigados inicialmente, até que, tendo recebido suas próprias terras, tivessem derrubado o mato e construído uma choupana para morar. O nome de São Vendelino vem de Sankt Wendel, o padroeiro da região (Theley e Tholey) donde vinham as 3 famílias.

Dito isso, já sabemos que o elo mais próximo da família Zimmer com a Família Lermen vem de duas Marias, que certamente são de troncos distintos. E onde estas duas linhagens Lermen se fundem? Justamente com Johann Lermen (o casado com a Collet). A Maria casada com o Bernard é bisneta deste Johann. Mas Johann tinha um irmão, Nicolaus, casado com Elisabeth Schmitt, que era avô da outra Maria (casada com Jakob Zimmer).

Obituário de Nikolaus Lermen

Túmulo de Nikolaus Lermen

sábado, 2 de julho de 2011

As Marias: O elo com a família Lermen

As duas linhagens da família Zimmer estão ligadas à familia Zimmer por duas Marias: a mais próxima é a Maria Lermen casada com meu trisavô Bernardo que veio de Luxemburgo. Esta Maria nasceu no Brasil, na Colônia de  São Vendelino, em 27 de dezembro de 1855. Era filha de Nikolaus Lermen e Anna Maria Scheib, ambos vindos de Theley, na Alemanha.

Obituário de Maria Lermen

Túmulo de Maria Lermen no Cemitério Católico de Alto Feliz
A outra Maria Lermen, é minha tataravó, casada com meu tataravô, Jakob Zimmer. Neste caso ambos vieram já casados e  com os filhos de Theley na Alemanha para o Brasil.
Na lista de Josef Mergen "Die Auswanderung aus den ehemaligen preußischen Teilen des Saarlandes im 19. Jahrhundert II. Saarbrücken 1987”,  tem um Jakob Zimmer (Nr. 557, p. 440), que emigrou com esposa Maria Lermen e seis filhos, em 25 de abril de 1854 de Theley. Este Jakob Zimmer morreu afogado no rio Forromeco com 64 anos de idade em 30 de junho de 1875. Esta Maria Lermen nasceu em 1810.

Zimmer da Alemanha

A linhagem da família Zimmer que imigrou da Alemanha tem como antepassado mais recente, minha bisavó, Catharina Zimmer, esposa do meu bisavô, Mathias Zimmer, ambos pais do meu avô João Afonso Zimmer.
Catharina é filha de Josephina Delaloy (cujo obituário está no post de 28 de maio de 2011) e Jacob Zimmer. Jacob, nasceu em Theley, Alemanha. 
Jacob Zimmer casado (em segundas núpcias) com Josephina Delaloy, nasceu em Theley, como registra o seu necrológio (ver imagem abaixo), assinado pela segunda esposa. 
 Jacob é filho de Jakob Zimmer e Maria Lermen. Nasceu em 12 de julho de 1846 e morreu em 17 de janeiro de 1922.  Jakob Zimmer emigrou com esposa Maria Lermen e 6 filhos (Jacob, Johann, Heinrich, Catharina, Maria e Peter) em  25 de abril de 1854 de Theley. Este Jakob Zimmer morreu afogado no rio Forromeco com 64 anos de idade em 30 de junho de 1875. Maria Lermen nasceu em Theley em 23 de janeiro de 1810 e faleceu em 24 de maio de 1880 em Bom Princípio.
Ao que indica, São Vendelino teve 2, ou no máximo 3 famílias Zimmer, e todos descendem destes. São eles João e Elisabeth (pais do Bernardo e mais 5 irmãos, Luxemburgueses), Jakob Zimmer e Maria Lermen (pais do Jacob Zimmer), e um Zimmer que casou com uma Schwartz, ainda não identificados.


 Localização de Theley:
Mapa da Alemanha com a localização de Theley, próximo a Sankt Wendel de onde vieram grande parte dos imigrantes de São Vendelino.

Obituário de Jacob Zimmer

Jakob Zimmer era filho de Franz Zimmer e Anna Maria Hoffmann. Abaixo todas as informações que conseguimos dos mais antigos antepassados alemães da família Zimmer:

Anna Maria Hoffmann:
Data de nascimento: 2 de julho de 1795
Pais: Johann Hoffmann e Anna Maria Hoffmann
Irmãos: Jakob, Barara, Peter, Odila, Petrus, Catharina, Margaretha e Johann

Zimmer de Luxemburgo

Família de Bernard Zimmer e Maria Lermen


A linhagem da família Zimmer que veio de Luxemburgo tem como ancestral mais próximo Bernard Zimmer, que veio com os pais, Johann Zimmer e Elisabeth Classen e mais 5 filhos (Nicholas, Michel, Magdalena, Margaretha e Anna).
Johann Zimmer nasceu em 31 de maio de 1809 em Moersdorf, Monpach, Luxemburgo. Faleceu em 13 de junho de 1883 em Bom Princípio e está enterrado no Cemitério de São Vendelino.
Elisabeth Classen nasceu em 17 (ou 27) de agosto de 1819 em Moersdorf, Monpach,Luxemburgo e faleceu em 29 de novembro de 1896 em São Vendelino.
Johann se casou em 1841 com Elisabeth Classen na cidade de Mompach.
 Bernard tinha apenas 3 anos e era o caçula dos 6 irmãos.
Johann e Elisabeth vieram para o Brasil contratados pela companhia de colonização Montravel, Silveira e Cia, criada pelo Conde de Montravel juntamente com mais três sócios de Porto Alegre. Eles vieram para morar na colônia de Santa Maria da Soledade. Chegaram a Porto Alegre no dia 01 de abril de 1858, vindos de Rio Grande no vapor Commercio. O navio que os trouxe da Europa é o navio Bertha. 

Túmulo de Bernard Zimmer no Cemitério Católico de Alto Feliz

Obituário de Bernard Zimmer

Registro de Óbito de Elisabeth Classen


Certidão de nascimento de Bernard Zimmer no livro de registro de Nascimento de Moersdorf, Luxemburgo.
Tradução:

Comunidade Mompach - Kanton Echternach

27 fevereiro 1855

Declarante Mathias Theisen, Burgomestre do Registro civil da comunidade (vila) de Mompach, Kanton Echternach, G.H. Luxenburg

Compareceu Johannes Zimmer, 46 anos, trabalhador diarista em Moersdorf, residente em Moersdorf

Esposa – Elisabeth Classen, 34 anos de idade, sem profissão, residente em Moersdorf

Nascimento de filho com o nome de Bernard

Testemunhas – Mathias Theisen Filho, e Peter Clemens, residentes em Givenich..?,

Que assinaram com o pai, Johannes Zimmer, e o cartorário Mathias Theisen.

Obs: a criança nasceu no mesmo dia à 1 hora da manhã, aproximadamente.


Bernard Zimmer é natural de Mörsdorf, Luxemburgo, nasceu em 27 de fevereiro de 1855, faleceu em 10 de novembro de 1909 em São Vendelino. Em 1877 casou com Maria Lermen.
Bernhard quando faleceu tinha 13 filhos (2 falecidos) e 21 netos; quando a Maria faleceu os filhos ainda eram os mesmos 10, mas ela já contava com 71 netos, 85 bisnetos e 1 trisneto. Esses filhos são Manuel, Michael, Paulina Katharina, Felippe, Guilherme, Nicolau, Anna, Anna Catharina, Miguel, Rosalina, Margarida Luisa, João e Mathias, que é meu bisavô.


Zimmer da Alemanha e Zimmer de Luxemburgo

Já faz algum tempo que não escrevo e as pesquisas avançaram bastante. Consegui descobrir o mistério que envolve a familia Zimmer em relação ao sobrenome único. Fui mais além e descobri a origem da família, quem veio para o Brasil e por que. E também descobri a relação da família Zimmer com outras famílias da região. E contarei tudo a partir de agora.

Zimmer da Alemanha e Zimmer de Luxemburgo

João Afonso Zimmer, nosso ancestral comum e meu avô, é descendente de duas linhagens de Zimmer diferentes que se cruzaram em São Vendelino. Seu pai, Mathias Zimmer, é filho de um imigrante que veio para o Brasil com a família com apenas três anos de idade de Moersdorf, Grão Ducado de Luxemburgo. A mãe de meu avô, Catharina Zimmer, é filha de um imigrante alemão, Jacob Zimmer, que veio de Theley, na Alemanha. Então o casamento de Catharina e Mathias Zimmer, não é entre primos, mas eles podem ter um parentesco distante, pois há uma probabilidade que os Zimmer de Moersdorf sejam descendentes dos Zimmer de Theley, provavelmente um ancestral imigrou para lá, pois ambas cidades não ficam muito distantes da fronteira de Luxemburgo com a Alemanha. Mas ainda não há nada comprovado.


Ligação com outras famílias da Região:

A família Zimmer por ambos os lados (alemão e luxemburguês) é ligado à família Lermen, por linhagem matrilinear, ou seja dois Zimmer casados com duas Lermen, ambas, coincidentemente são Marias. Além das famílias Zimmer e Lermen, temos ligação direta com outras 10 famílias (Delaloy, Classen, Scheib, Jaeckel, Collet, Schwich, Massing, Backes, Schmitt e Kien), além de parentesco indireto com outras 100 famílias, somente através do vínculo como os Lermen, ou seja, a família Lermen é o ancestral comum a todas elas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Gráfico de Linhagem ligando as famílias Lermen e Zimmer

Entrei nas listas de discussão sobre Genealogia  "Origens",  "RSGen" e "Imigração Alemã" da qual já fiz parte anteriormente. No dia seguinte recebi duas ótimas notícias através da lista RSGen. Uma de Pedro Almiro Fauth enviando a ligação da família Zimmer com a Família Lermen (Clique na imagem para ampliar):

 E outra do Gilson Justino da Rosa, confirmando as datas de nascimento e morte de Josephina Delaloy e Jacob Zimmer.

Josephina nasceu em 11/5/1862  e morreu em 14/1/1950

Jacob Zimmer nasceu em: 15/7/1846  e morreu em: 17/1/1922

Segundo o Gilson "Jacob Zimmer e Josefina Delaloy constam na pág 56 do livro Cemitério da Colônias Alemãs no RS do Petry e Dullius,  Cemitério Católico de Alto Feliz Novo."

sábado, 28 de maio de 2011

São Vendelino

Antes de morrer meu avô me contou que uma das suas avós veio da Alemanha. Meu pai também vivia dizendo que a vó dele só falava alemão. Em julho de 2002 fiz uma busca no Memorial do Rio Grande do Sul para ver se nele econtrava alguma pista, embora não sabia o que procurar exatamente. Infelizmente não encontrei nada. O problema é que não tenho com o que comparar. Minha única opção é partir do que eu já tenho.
Enquanto não surge nenhuma novidade, vou me  informando sobe o local de origem da minha famíla: São Vendelino. Encontrei informações bastante úteis.

São Vendelino

Segundo o site oficial da prefeitura, São Vendelino pertence à microrregião de Montenegro, e é uma das cidades que fazem parte da região metropolitana de Porto Alegre e fica a 100 Km da capital.
Localização de São Vendelino


Visualizar São Vendelino em um mapa maior

Histórico

No dia seis de fevereiro de 1855, o vice-cônsul francês, Conde de Montravel, conseguiu a concessão do governo Imperial e comprou uma área de 16 léguas, situada no Forromeco Superior. Teria o prazo de cinco anos para colonizá-la. Enfrentando dificuldades financeiras, Montravel instituiu uma empresa colonizadora, juntamente com três sócios, Dr. Israel Soares de Barcelos, Dr. Dionísio de Oliveira Silveiro e João Coelho Barreto. A área de 16 léguas foi denominada de Colônia Santa Maria da Soledade, e foi dividida entre seus sócios. Cada lote recebeu a denominação de um dos sócios, sendo o Distrito Barcelos a atual São Vendelino, o centro da colônia. Portanto, o município de São Vendelino possui uma história muito mais antiga que muitos outros municípios da encosta do planalto, uma vez que sua ocupação é decorrente do segundo período de colonização alemã no Estado, iniciado a partir da segunda metade do século XIX. 
Os primeiro habitantes de São Vendelino, segundo José Cândido de Campos Netto, em seu livro "Montenegro", editado em 1924, são os seguintes nomes: João Felipe Scheid, Antônio Kossmann, Antônio Ludwig, Nicolau Lermann e Nicolau Neis.
Registros assinalam que, em 1859, havia 1240 pessoas, perfazendo um total de 263 famílias estabelecidas na Colônia Santa Maria da Soledade. Estes tinham as seguintes nacionalidades: 904 alemães, 81 brasileiros, 201 holandeses, 40 suíços, 13 belgas e 1 francês. Destes, 622 eram católicos e 618 protestantes. Convém destacar que o plano inicial da empresa era que somente suíços seriam utilizados na colonização da região, o que demonstra que o plano inicial de Montravel acabou não se concretizando. A nova colônia era um mosaico de etnias. 
Devido às dificuldades de ordem financeira, no ano de 1873, o governo imperial rescinde o convênio com a empresa colonizadora e a colônia é incorporada ao Império. Em 18 de janeiro de 1877, pelo decreto nº 6480, a Colônia Santa Maria da Soledade é emancipada do regime colonial. Nesta época, o Distrito Barcellos passa a chamar-se de São Vendelino, devido à forte devoção que os imigrantes alemães católicos tinham ao Santo e pelo fato de diversos imigrantes terem vindo da cidade de "Sankt Wendel", no Estado de Saarland, na Alemanha.

 Imagens de São Vendelino:

Prefeitura de São Vendelino

Floreira na beira da Rodovia

Rio Forromeco,que corta o município

Rua principal de São Vendelino

Vista de São Vendelino de cima do morro da Antena

Literalmente São Vendelino

Vista noturna de São Vedelino

Vista parcial de São Vendelino

São Vendelino e Sankt Wendel (Alemanha)  - Cidades Irmãs

O município de São Vendelino tem sua população formada predominantemente por imigrantes alemães que com uma farta bagagem cultural, aqui se estabeleceram à aproximadamente 150 anos. 
Desde a primeira Administração Municipal, sempre se buscou incentivar trabalhos e ações que visassem resgatar e preservar dados históricos relacionados à imigração alemã no Brasil, e em especial, em São Vendelino.
O dia 18 de outubro de 2003 entrou para a história como uma das datas mais importantes da história de São Vendelino. Desde aquele dia, a cidade tornou-se irmã de Sankt Wendel, na Alemanha. A assinatura do documento que reconhece as duas cidades como “cidades irmãs” foi trazido da Alemanha por representantes do Executivo e Legislativo de Sankt Wendel, e assinado pelos prefeitos de ambas as cidades.  

Segunda pista

No meio das coisas do meu avô, encontrei também este obituário:


Esta Josefina provavelmente é a mãe da minha bisavó Catharina. Veja que o sobrenome de solteira dela é Delaloy, portanto ela casou com um Zimmer (Jacob Zimmer) e sua filha Catharina também, então certamente eram parentes embora não tenha certeza do grau de parentesco.
Outras informações preciosas também foram obtidas: 
Morreu em Alto Feliz  em 14 de Janeiro de 1950, com a idade de 88 anos. Fazendo as contas ela nasceu em 1862. O local e a origem ainda são desconhecidos...mas eu vou chegar lá!

O início...

Começei a pesquisar a origem da minha família por volta do ano 2001. Na época possuía pouquíssimos recursos, não tinha computador, nem qualquer tipo de documento além da certidão de nascimento do meu pai. Em março do ano seguinte meu avô paterno faleceu. E no meio dos seus pertences encontrei um material valiosíssimo: suas certidões de nascimento, casamento, bem como as certidões da minha avó além de dezenas de fotos antigas do início do século XX, livros de oração escritas em alemão, um obituário da minha trisavó...etc.
A primeira coisa que fiz foi analisar a certidão de nascimento do meu avô, cuja reprodução está na fotografia abaixo:

Aqui está escrito o seguinte: 
Republica dos Estados Unidos do Brazil
Estado do Rio Grande do Sul
Folhas 681 nº 17
Livro nº 4
João Afonso Zimmer
Certifico que acha-se registrado o nascimento do menino acima declarado legitimo de Mathias Zimmer e de Dona Catharina Zimmer, nascido a 20 de junho de 1914 às 22 horas.
Avós paternos: Bernardo Zimmer e Maria L. Zimmer
Avós maternos: Jacob Zimmer e Josephina D. Zimmer

Cartório do Registro Civil de Nascimentos em General Osorio, 12 de Fevereiro de 1915.
O official do registro civil:
Antônio C. Schmitz

Primeiras considerações:

A primeira coisa que percebi, é que o único sobrenome da minha bisavó Catharina é Zimmer. Isso me dá duas hipóteses: ou minha avó registrou apenas o sobrenome de casada (Zimmer) ou o casamento se deu entre parentes com o mesmo sobrenome, possivelmente primos. Ainda não tenho certeza.

Afinal, quem sou eu???

Toda pesquisa genealógica começa com nós mesmos. Então, aqui estão algumas informações sobre mim. Meu nome é Liziane Ramos Zimmer. Tenho 27 anos, sou professora de História e moro em Porto Alegre/RS. Meus pais são Telmo Renato Zimmer e Lígia Ivoneti Ramos Zimmer. Tenho 3 irmãos: Adriane Ramos Zimmer, Telmo Renato Zimmer Jr. e Eduardo Ramos Zimmer. A família da minha mãe é um pouco complicada de se pesquisar, pois meu avô não era pai biológico da minha mãe e não temos qualquer notícia de quem ele seja. A pesquisa pode apenas seguir pelo lado matrilinear da família, ou seja, a linhagem da minha avó.
A pesquisa pelo meu lado paterno está relativamente avançada, já que tenho o as certidões de nascimento, casamento e óbito dos meus avós paternos e portanto, pelo menos os nomes dos meus bisavós e trisavós. A família Zimmer da qual pertence o meu avô é originária da cidade de São Vendelino, que fica localizada no Vale do Caí aqui no Rio Grande do Sul. Ainda existem alguns parentes morando lá, mas nosso contato com eles é praticamente inexistente. A maioria são de primos do meu pai e seus descendentes. Um dos primos já falecido morou em Novo Hamburgo,mas ainda tenho contato com o filho dele, Douglas Zimmer.
Além disso tenho algumas preciosidades preservadas pelo meu vô, algumas fotografias antigas da família em São Vendelino, que já digitalizei e em breve irei disponibilizá-las.

Sejam Bem-Vindos à história da família Zimmer

Calma coração, que eu tenha coragem, afinal já estou aqui.
Sempre eu aprendi a enfrentar as coisas, medo assim eu nunca vi.
O meu destino está traçado na viagem ao passado.
Sei que existe alguém que está me esperando, sonhos meus não vão errar.
Vão me receber de braços abertos quando eu encontrar meu lar.
Eu só estou no aprendizado da viagem ao passado.
Lar, família, tudo isso um dia eu já possui...
Lar, família sei que só serei completa quando achá-los!
Passo a passo eu vou cheia de esperanças sem saber para onde vou.
Busco no passado um mundo futuro como o sonho me ensinou.
Eu tenho que voltar pra me encontrar, sei que só vou sossegar,
Quando eu achar...o meu lar!!!!
 
Começarei a partir de hoje a contar a história da minha linhagem paterna, a família Zimmer. Zimmer é um sobrenome bem comum e existem Zimmers espalhados pelo mundo todo... ainda estou aprendendo sobre genealogia. Estou pesquisando há anos, mas não avancei muito, até porque para continuar a pesquisa preciso viajar até São Vendelino, cidade de origem da minha família para buscar documentos que encontrei lá. Mas estou muito curiosa e estou louca para fazer esta viagem... se alguém quiser pode vir junto comigo à esta viagem ao passado...